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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Jornalismo Investigativo

Olá,
O post de hoje vai falar de alguns dos principais livros, escrito por um autor brasileiro, sobre o jornalismo investigativo: o livro, Jornalismo Investigativo, de Leandro Fortes. Essa semana aconteceu o Congresso de Jornalismo Investigativo, na PUC-Rio, como eu falei no post passado (clique aqui para rever). Essa é a primeira parte de uma série de três posts sobre algumas obras importantes sobre o jornalismo investigativo no Brasil. 
Na década de 1970, nos Estados Unidos, o jornalismo investigativo se deparou com um caso emblemático e mundialmente conhecido, o caso Watergate. Tudo começou com a investigação dos repórteres, Carl Bernstein e Bob Woodward, do jornal Washington Post, depois da invasão do prédio Watergate. Em um post passado eu falei um pouco sobre Todos os homens do Presidente, que é um filme inspirado nesse caso que marcou o jornalismo investigativo nos Estados Unidos e que levou à renúncia do presidente Nixon, desvendando um esquema de corrupção do governo americano. Relembre a história aqui.
No Brasil, o jornalismo investigativo teve força nos anos 90, no caso do Presidente Collor. Em 1991, Fernando Collor foi denunciado por irregularidades no seu governo, mostrada pela imprensa.
Nos dias atuais, o jornalismo investigativo apresenta muitos desafios. Leandro Fortes em Jornalismo Investigativo, inicia o livro relembrando a época que começou a apurar. O autor abre a discussão sobre o cotidiano, que apresentam questões que devem ser desenvolvidas no processo de apuração. As mais enigmáticas exigem outra técnica de investigação. Segundo Fortes, o jornalismo investigativo é a busca excessiva de informação, checagem, rechecagem, uso de pesquisa, coleta de fragmentos, conhecimentos. É um tipo de jornalismo diferente do cotidiano, que tem a fonte definida e um método mais tranquilo de trabalhar. No seu livro ele procurou mostrar que o jornalista investigativo deve procurar  evitar a ambiguidade e buscar informações que possam fundamentar a prova.
O papel da observação é um  elemento central para escrever. Associar o olhar é uma forma de conhecimento para produzir uma análise.
O jornalista investigativo deve sempre fazer a checagem , ou seja, quem está investigando uma matéria não pode cometer erros de apuração já que ela está usando métodos mais rigorosos.  Quem está investigando não pode deixar pistas banais de lado e deve coletar  fragmentos ... as pistas podem levar a grandes descobertas.
Leandro Fortes fala também que quem está sujeito a ser investigador pode sofrer frustração. A investigação também conduz a lugares errados e a obstáculos que não conseguem ser ultrapassados. O repórter pode encontrar muitas pedras pelo caminho que podem ser difíceis de ser superadas e a apuração se torna mais difícil.
Segundo o autor, existe uma diferenciação entre o conceito de investigação e denúncia. Na denúncia há um interesse oculto , essa é uma visão metodológica. 
Leandro fala também de um assunto muito atual: a regulamentação do trabalho jornalístico. Hoje em dia temos crises de coberturas jornalísticas e existe um grau de radicalidade como vimos em algumas manifestações. Não existe regulamentação para o trabalho jornalístico, se existissem leis definidas, os problemas seriam menores, como por exemplo bases de atuação da profissão. Nesse sentido, ele diz que toda investigação é ética. Nem sempre esse caráter acontece. Existe a área oculta: de negociação de fontes. Existe um lado que não dá para controlar na área investigativa.
A investigação ética busca um caminho bem definido. Busca o impacto que a notícia pode causar. É uma força que desnuda, mostra aquilo que está oculto e busca a verdade. Por isso, existe certo medo do poder público. Não é fácil trabalhar investigando, sempre vão existir barreiras para superar e pedras no caminho do repórter.

Beijos,

3 comentários:

  1. Muito bom.
    Percebe-se pelo seu texto como o Jornalismo Investigativo é importante, principalmente na apuração de condutas típicas praticadas por agentes do governo, como corrupção, ou até mesmo comportamentos não ortodoxos praticados por autoridades, etc., vide caso Collor e Watergate supramencionados.
    De fato o Jornalismo, se exercido de forma ética, é fator determinante para a boa Justiça.

    Parabéns,

    Raphael.

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    Respostas
    1. Obrigada! Esse é um trabalho essencial e esclarecedor, muito importante para a sociedade e que deve ser feito com cautela.
      Beijos!

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  2. Parabéns Ju, excelente matéria.

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